O desejo do Pai Natal (parte 2)
O Pai Natal, e o seu trenó puxado pela rena Rudolfo e as outras companheiras, continuou a distribuir os presentes pelas muitas chaminés da aldeia. Até que o último presente foi distribuído e fizeram a viagem de regresso.
Ao passar pelo telhado da casa do Joãzinho, a rena Rudolfo parou, tal como tinha prometido ao Pai Natal. Este, desceu do trenó e ajoelhou-se na beira do telhado para espreitar a janela.
- Oh, lá está o Joãozinho a brincar com o comboio! - disse o Pai Natal, muito feliz,
Depois, reparou que não via mais ninguém por perto.
- Mas... mas ele está sózinho na noite de Natal?
Para poder espreitar melhor, a ver se conseguia ver alguém na sala com o Joãozinho, o Pai Natal debruçou-se um pouco mais sobre a beira do telhado. No entanto tinha nevado e, os joelhos escorregaram-lhe na neve e... ... ... catrapuz! O Pai Natal caiu e ficou entalado mesmo na varanda do menino.
O Joãozinho ouviu um grande estrondo e ficou com medo, mas depois aproximou-se devagarinho da janela e pareceu-lhe ver alguém conhecido.
Abriu a janela e ficou perplexo com o que viu:
- Mas... mas... mas tu és...
- Sou o Pai Natal sim, Joãozinho - respondeu-lhe o Pai Natal, com os óculos e o barrete tortos e gemendo de dores.
O menino ajudou o bom velhinho a levantar-se e convidou-o a entrar. O Pai Natal contou-lhe o que tinha acontecido mas apenas disse que queria ver se ele tinha gostado do comboio e não lhe contou que tinha chegado a pensar ficar com ele.
- Claro Pai Natal, adorei o comboio! Há muito tempo que eu o desejava.
- Mas, tu estás sózinho na noite de Natal? - perguntou o Pai Natal, olhando em volta.
- Não Pai Natal! A minha mãe está adoentada e foi deitar-se mais cedo. A minha mana é pequenina e deitou-se com ela. E o meu pai é bombeiroe e teve de ir apagar um fogo lá em baixo na aldeia. Eu fiquei aqui a brincar com o meu presente - disse o menino com voz triste.
Depois, Joãozinho ficou com um brilho no olhar e perguntou ao Pai Natal:
- Não queres ficar um bocadinho a brincar comigo e com o comboiozinho?
O Pai Natal nem pensou duas vezes, tirou o casaco e ajoelhou-se no chão juntamente com o menino.
- Eu sou o maquinista! - disse o Joãozinho, feliz.
Pai Natal e Joãozinho brincaram e riram sem darem pelo passar do tempo.
"Tlão! Tlão! Tlão", o sino da igreja deu 12 badaladas, anunciando a meia-noite.
- OH NÂO! Nem dei por passar o tempo. Já é meia-noite e a Mãe Natal está à minha espera para a consoada - disse o Pai Natal, levantando-se com um pulo.
- Já vais embora? - perguntou o Joãozinho com voz triste.
- Tenho de ir, mas prometo que no próximo ano voltarei para brincar contigo.
O Pai Natal vestiu o casaco e o Joãozinho ajudou-o a subir o telhado.
- Adeus Pai Natal, não te esqueças do que me prometeste - disse Joãozinho antes de fechar a janela.
Quando o Pai Natal chegou ao trenó as renas dormiam e, em cima das suas cabecinhas, estava um montinho de neve. O Pai Natal ficou envergonhado e preocupado por tê-las feito esperado tanto tempo mas a rena Rudolfo, piscou-lhe o olho e sorriu. De seguida deu ordem para se porem em marcha.
Mal entrou em casa a Mãe Natal abraçou-o e deu-lhe um beijo na gorda bochecha:
- Feliz Natal , meu querido!
No ar, o aroma a canela e chocolate quente!
FIM
