A mosquinha verde que queria casar (autoria da Boneca Lacinhos)
Esta história foi um improviso (na hora) da Boneca Lacinhos, a partir do livro (só) de imagens: "Será... um caracol?":

Um dia, de manhã, a mosquinha verde acordou e pensou para com os seus botões:
- Hum! Não tarda muito começa o outono e depois o inverno, os dias vão ficar frios, cinzentos e tristes. Vai ser dificil passar os dias sem ter companhia, sem ninguém para falar. Já sei! Vou-me casar! Hoje, até ao final do dia, vou arranjar um noivo.
Nesse preciso momento a folhinha verde ouviu um deslizar nas ervinhas.
Quem seria? QUEM SERÁ?
É um... ... ...

CARACOL!
A mosquinha verde ficou radiante assim que viu o caracol e pensou: "- Já tenho noivo! Vem mesmo a calhar, com casa e tudo!". Depois meteu conversa:
- Bom dia Sr. Caracol!
- Bom dia Mosquinha Verde! Que linda que estás! - disse-lhe, simpaticamente, o caracol.
- Obrigada, Sr. Caracol. Acha mesmo que eu estou linda? - perguntou a mosca verde com voz doce.
- Claro que sim, és uma linda mosca verde.
- Já que me acha linda, não gostaria de casar comigo? Ando à procura de um noivo.
- Oh, minha linda Mosquinha Verde! Seria uma honra casar contigo mas não seria justo para ti: não podes entrar em minha casa e eu não posso entrar noutra casa porque ando sempre com a minha às costas. Teríamos de viver separados. - Disse o caracol cheio de pena - . Mas obrigado pelo convite. Adeus, adeus, tenho de ir passar o Natal com a familia que mora alí ao fundo e já vai começar o outono e eu estou atrasado.
E, lentamente, o caracol meteu-se ao caminho.
- Oh! Perdi um bom partido, já tinha casa e tudo. Mas vivermos separados não tinha muita piada - lamentou-se a mosquinha.
Ouviu-se um bater de asas e alguém pousou numa flor bem perto da mosquinha verde. O coração da mosca começou logo a bater com força.
Quem seria? QUEM SERÁ?
É um... ... ...

LIBELINHA! (macho)
- Olha, cá esta um ótimo noivo para mim; pode levar-me a viajar nas sua asas - pensou a mosquinha.
- Olá Libelinho! Tens umas lindas e fortes asas, deves viajar muito.
- Ora, que pergunta! Claro que viajo muito, além disso as minhas asas são consideradas as mais bonitas de todos os da minha espécie - respondeu o "libelinho" com vaidade.
- Podias casar comigo e eu fazia-te companhia nas viagens - disse logo a mosquinha.
O "libelinho" olhou com os seus grandes olhos para a mosca, depois deu uma grande gargalhada e disse:
- Casar?! Nós?! Estás louca! Olha bem para mim e para ti, achas que a minha beleza tem alguma coisa a ver contigo?
E, dando novamente uma grande gargalhada, levantou voo.
A Mosqunha Verde ficou a vê-lo afastar-se enquanto lhe gritava na sua voz fininha:
- Convencido! Pois quem não te quer sou eu. Posso não ser tão bonita como tu mas sou muito mais educada.
A Mosquinha Verde estava tão irritada que nem reparou que aproximava-se mais alguém e até assustou-se.
Quem seria? QUEM SERÁ?
É um... ... ...

RATO!
Mal põs os olhos nele, toda a mosquinha tremeu. De tal forma que, por pouco, não escorregou da folha onde estava pousada.
Ele era tão, mas tão bonito que, desta vez, ela decidiu ser mais atrevida:
- Olá bonitão, pareces o Pedro Abrunhosa! Queres casar comigo?
O rato pareceu-lhe ouvir uma voz baixinha mas não percebeu de quem era nem donde ela vinha e olhou em volta.
- Sou eu! Sou eu! Estou aqui! - gritou a Mosquinha Verde de braços no ar e aos saltinhos na folha.
O rato, por fim, lá a viu e perguntou-lhe:
- Eras tu que estavas a falar comigo? Não percebi nada do que disseste.
- Disse que és um bonitão e que te pareces com o Pedro Abrunhosa - disse a mosquinha com voz sedutora.
- Ah, é isso? Não é novidade, não és a 1ª a dizê-lo - disse o rato com alguma arrogância.
- E também perguntei-te se querias... se querias... se querias casar comigo - disse a mosca gaguejando.
O rato baixou-se para olhar a mosca bem nos olhos e disse-lhe:
- Casar contigo?! Uma mosca?! E ainda por cima verde?! Eu nem sequer sou do sporting! Oh Mosca Verde, só podes estar a brincar comigo.
- Não, estou muito a sério. Não sei qual é o mal em casares comigo.
- Mas tu não sabes quem eu sou?! Toda a gente me conhece... sou o famoso João Ratão e já estou comprometido com a Carochinha. Aliás, adeus, adeus que não posso chegar tarde ao casamento - disse o rato e afastou-se rapidamente.
A Mosca Verde, mais uma vez, ficou desiludida, mas pensou:
- O João Ratão?! Ele era o João Ratão?! Também não sabe a sorte que o espera! De certeza que não conhece a história.
Nisto, ouviu-se rastejar nas folhas e um "Ssssssssss". A Mosquinha Verde ficou novamente em alvoroço e com o coração a palpitar.
Quem seria? QUEM SERÁ?
É um... ... ...

SERPENTE! (macho)
Desta vez a mosquinha não foi a primeira a falar, pois assim que a viu, a serpente disse-lhe sorridente:
- Olá Mosquinha Verde, que linda que és. Que fazes aqui tão sózinha?
- Olá Sr. Serpente, estou a ver se arranjo noivo porque o outono e o inverno estão a chegar e eu não queria estar sózinha sem ninguém para conversar - respondeu, amavelmente a mosca. - Já agora, não sendo indiscreta e não querendo ofendê-lo, por acaso não gostaria de casar comigo?
- Oh Mosquinha Verde, claro que gostaria, também me sinto muito sozinho, todos fogem de mim. Mas não é possível pois assim que te desse o primeiro abraço iria estrangular-te, e tu mereces bem melhor. Desculpa, hás-de arranjar quem te mereça.
A Mosquinha Verde viu ir-se embora mais um pretendente. O dia estava quase a acabar e ela sem conseguir arranjar um noivo que quisesse casar com ela. Estava tão triste que até uma lágrima lhe caiu dos seus olhinhos. De longe, alguém a viu e ficou preocupado por vê-la a chorar. Aproximou-se.
Quem seria? Quem será?
É um… … …

CAMALEÃO!
- Oh Mosquinha Verde que se passa contigo? Porque estás a chorar?
A Mosquinha Verde limpou as lágrimas rapidamente e, envergonhada, disse:
- Olá, Sr. Camaleão! Estou triste. Gostava de me casar e ninguém me quer.
O camaleão abriu a sua grande boca num grande sorriso e disse:
- A sério?! Queres casar-te? Mas então já arranjaste noivo: EU! Nem imaginas há quanto tempo eu olho para ti dali do fundo. ADORO-TE Mosquinha Verde. Terei muito gosto em ser teu marido e passar o resto da minha vida ao teu lado.
A Mosquinha Verde nem queria acreditar no que estava a ouvir: UM NOIVO! Finalmente tinha UM NOIVO! Iupi!!!
- Oh! Estou tão feliz, Sr. Camaleão.
- Meu amorzinho verde, amanhã vamos já tratar do casamento. Dá cá um beijinho.
A Mosquinha Verde e o Camaleão aproximaram-se um do outro… os lábios estenderam-se em busca do beijinho mas… … … a grande língua do camaleão saiu-lhe de repente da boca e… … … vuuuuuuuuup, ENGOLIU A MOSQUINHA!
O Camaleão ficou muito triste pois gostava mesmo a sério da Mosquinha Verde, mas… aconteceu!
E assim termina a história da Mosquinha Verde que queria casar mas que, foi comida antes do casamento.
ABRACINHOS
Espero que gostem, fui eu que a inventei. Com estes livros só de imagens podemos inventar muitas histórias, é só termos um pouquinho de imagnação.